
Vívidos dias de momentos de todas as cores e densidades.
Tempo para debruçar-me em livros, tempo para Kant,
tempo para Kuhn, para Popper, para Freud, Lacan,
tempo para Descartes, para Azanha, Galileu Galilei
e DaVinci.
Um tempo gostoso, de interligar teorias, discorrer sobre
estas, tempos em que tudo fica um tanto sépia, você se
vê dentro de um livro, falando de outros livros, sentadas
em macios livros de relatividade, defendendo A Verdade,
e a não-cientificidade de Freud, recalcando tudo isso.
Momentos de ira, de mal-humor, de caras feias, de socos
na parede, chutes na cadeira, de discussões.
Momento de rever, relembrar, reconsiderar, considerar,
aprender, tomar postura sobre.
Momento de esperança, de elegância, de espera.
Momento de sorrir para um adulto, sorrir com
uma criança, de ser a estagiária estranha.
Momento de conhecer e me reconhecer num
pedacinho de paraíso.
Momentos que são tantos, e como podemos resumir a vida
apenas num momento?
Como tudo vai bem?
Ou tudo vai mal?
Em qual contexto?
Contextualizar cronologicamente deixa para trás a
importância do todo.
Quando se decide algo, deveria-se, não necessariamente
que isto ocorra, considerar todo o resto. O que se passou?
O momento em que algo aconteceu não justifica, o dia, a
hora. O que o levou até aquele momento? Aquela atitude?
O que isto repercutiu? Colhe o que planta, e planta parte
do que colheu.
O que você tem semeado em sua vida?
Sono, talvez um pouco chata de pantufas e caneca de
cappuccino.
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