18 de fev. de 2008

Gira-Gira Horrorshow

Depois de viver o que queria, fazer o que imaginava, sem culpa, sem censura, sem limites, Alex ficou sem graça.

Sem graça?


Sim. Neste exato instante uma nova etapa começou. Em um lugar que ele não imaginava estar, um lugar que estava por ter culpa nos seus atos, onde ele conheceu a mais severa censura e conheceu pessoas que estrapolaram seus limites.


Depois de viver o que não queria, fazer o que nem imaginava, sentiu culpa, sofreu com a censura, com os limites que a "Prestata" deixou nele. Iniciou então um processo interessante, começou a "visitar" todos os cenários onde antes ele era o ator principal, aquele que mandava e desmandava. Desta vez, Alex estava do outro lado, Alex estava à mercê da vontade dos outros e não podia fazer absolutamente nada em relação à isso.


Estar do outro lado não deveria ser algo forçado, mas cada situação pede uma medida adequada.


Terminei o livro. Senti o vazio nas palavras de Alex no fim, quando pensa que não gostaria que seu filho fizesse tantas "merdas" quanto ele fez para compreender o que ele compreende naquele momento, mas acredita que não será possível. Seu filho provavelmente faria as mesmas coisas que ele fez para chegar até ali. O mundo indo, girando, como num girar de uma laranja, de uma laranja que não pára, uma laranja mecânica.


Enfim, talvez estejamos numa gira-gira horrorshow, talvez nem procuramos perceber, pois isto nos deixaria um tanto quanto melancólicos...
Definitivamente, "Óh, meus irmãos", amanhã terei que praticar o olhar pelo outro lado, não forçado por ninguém, mas porque talvez eu saiba que isso seja necessário.
Olhar a outra pessoa e tentar estar no lugar dela vendo como você mesma a trata... Puxa, não é um exercício fácil, mas é importante.


Vou tomar meu "moloko", até sempre.


Vide: Laranja Mecânica
Autor: Anthony Burgess

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