Terremos são abalos sísmicos na superfície terrestre, vibram o solo, causam deslizamentos e até mudanças na rotação da Terra.
Sempre fui fascinada por eventos da natureza, manifestações grandiosas como furacões, tufões, raios... Não que goste dos seus resultados, mas é difícil um ser tão pequeno quanto o ser humano não se surpreender com este tipo de fenômeno. Apesar desta idéia de proporção, são sempre associados à ação humana indireta ou diretamente, ou seja, nossa pequenez não nos tira responsabilidades.
Os pequenos terremotos no primeiro habitat de nossa consciência também provém de atitudes humanas. Estes sismos, situemos os sentimentais, são resultados da convivência, da vida, dos desejos, das frustrações, das alegrias desmedidas, do pensamento que se traduz em lágrima.
Uma palavra, uma música, um lugar, um silêncio, movimentos internos que abalam a superfície. Vibram o solo, causam deslizes e até mudanças em formas de agir, mas eles passam rápido. A velocidade com a qual vem e vão não é diretamente proporcional à intensidade, esta não é fraca e rápida, mas sim aquela que faz com que pareça que tudo desmorona, que treme o chão, que os quadros estão caindo.
No instante que sinto tudo vir à tona, acabo pensando em coisas tristes, mas reais, que aconteceram e que me trouxeram à esta situação. Penso: Por que não me agarro aos fatos todo o tempo? Assim, provavelmente, não passaria por estes terremotos... Passo então a detestar todos os "se", todos os "mas", todas as esperanças.
Como a vida pede, desloco minha energia e meus pensamentos para outro lugar da minha mente, cubro tudo e tranco numa salinha escura. E assim, espero que juntem poeira, que sejam cobertos por outras lembranças, que eu possa seguir para outro lugar, longe das falhas sísmicas destes pequenos terremotos.
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