
Hoje, quando cheguei as cortinas estavam fazendo uma dança estranha com o vento. Mexiam os quadris e faziam uma cara de dor, cada dobra, cada careta, cada sombra. Minhas sombracelhas dobraram em solidariedade ivoluntária.
Eu sentei no sofá com minha cartola, as pernas contra o peito e o queixo apoiado nos joelhos.
Eu posso beber da música que escorre das paredes, ver meu dia na tv, gravar o som da chuva que não veio. Posso escrever nas paredes com carvão e desenhar um rosto amigo no espelho do banheiro depois do banho.
Comigo, estou segura, embaixo da cartola não preciso necessariamente olhar nos olhos de ninguém agora. Talvez agora eu realmente não queira olhar.
Há momentos que estar só comigo é muito necessário, afinal, pra que preencher os silêncios se "eu presto atenção no que eles dizem, mas eles não dizem nada"?
Folhas de outono no meu travesseiro.
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Eu sentei no sofá com minha cartola, as pernas contra o peito e o queixo apoiado nos joelhos.
Eu posso beber da música que escorre das paredes, ver meu dia na tv, gravar o som da chuva que não veio. Posso escrever nas paredes com carvão e desenhar um rosto amigo no espelho do banheiro depois do banho.
Comigo, estou segura, embaixo da cartola não preciso necessariamente olhar nos olhos de ninguém agora. Talvez agora eu realmente não queira olhar.
Há momentos que estar só comigo é muito necessário, afinal, pra que preencher os silêncios se "eu presto atenção no que eles dizem, mas eles não dizem nada"?
Folhas de outono no meu travesseiro.