15 de mar. de 2009

Braçadas

Eu fechei os olhos, eu fechei as portas e coloquei uma placa logo na maçaneta: Deixe recado após o silêncio.
Não é nada pessoal, com ninguém, apenas comigo mesma. A tristeza me colocou no seu barco e eu me permiti ficar também.
O que quer dizer quando alguém "se fecha"?
O que você vê?
Quando um amigo seu some, se isola? O que quer dizer?
Um "por que" permeia sua cabeça, alguns motivos voam em círculo, logo somem.
Às vezes o sumiço foi porque essa pessoa saiu correndo, outras porque se trancou em algum momento de sua vida. Eu preferiria correr se pudesse escolher. Correr para um futuro diferente do que a previsão do tempo me diz, correr para a evolução, para suas apostas, para abraços, para sorrisos, para conhecimentos. Ficar boiando nas mágoas do passado é dolorido e você não vai para nenhum lugar, é levado.
Estava boiando, talvez ainda esteja um pouco. Mas, hoje, depois de começar este post e antes de chegar no meio fiz algo, fiz algo que me levou a começar a dar braçadas, nadar para um lugar que eu queria ir. Fiz algo que sei que meu Pai concordaria e se orgulharia de mim se ainda estivesse vivo.
Eu vou tentar, a cada dia ser melhor nas pequenas coisas, quem sabe consigo, e não está fácil, voltar a nadar, rever rostos amigos na praia, dar novos sorrisos...
Meu Pai faz muita falta e esse foi o dia de aniversário mais triste que já tive.


Gostaria de agradecer cada parabéns que recebi, cada desejo de felicidade, cada demonstração de carinho. São elas que me levam a agir, que me revigoram.
Amigos tesouros, folhas douradas de outonos perpétuos.


Eu amo a vida, a saudade é que dói demais.
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