Manhã de um pós "dia-de-cão", acorda com o calor infernal de ontem, os pés e pernas incharam, você dormiu com eles para cima e fez um corte ardido com o zíper da almofada durante a madrugada. Claro que você interrompeu o seu curto período de sono com isso. Quando abre os olhos, percebe que sua "cochilada", após o barulho irritante do despertador do seu celular, não foi tão curta quanto você pensou, na verdade, você nem ficou consciente, você passou 15 minutos dormindo, o que arruinou o seu suposto espaço de tempo entre banho > engolir um mísero café-da-manhã > chegar ao ponto de ônibus. Você descobre que ganhará uma carona, nada tão comum, mas isso te proporciona tempo para um banho mais tranquilo, um café da manhã mastigado para o estômago e até mesmo um tempinho para olhar sua cara de sono no espelho do banheiro. Chega no trabalho com "folga" de tempo, as pessoas te recepcionam bem e você veio com aquela roupa que nunca, em um ano e meio de trabalho, colocara. Elogiam.Recebe seu café da manhã e de repente alguém diz a palavrinha mágica que refresca seu pensamento: "vamos ligar o ar condicionado?" Frescor. Você pensa em ir até o bebedouro encher sua garrafa de água com possivelmente muito, mas muito gelo, ou água quase neste estado. De repente ouve uma voz doce dizendo: "Vou encher minha garrafa de água, quer que eu encha a sua também?" "Sim, obrigada!"Suas expectativas começam a melhorar, quem sabe, na verdade, possa não ser um dia tão estressante quanto foi o anterior. O sistema funciona melhor, até mesmo aquela bolinha de papel que você tinha certeza que cairia fora da lata de lixo, incrivelmente bate na lateral e entra: grande cesta!Num momento qualquer, divagando sobre teorias das quais você está estudando, aquela pessoa que ontem você havia decidido mal conversar mais te abre a janela pela qual você tanto lutou por um ano e meio: a possibilidade de discussão na sua área profissional, na qual, aliás, esta pessoa também é formada. A discussão se prolonga e três pessoas passam a falar de autores, concepções, exemplos, finalmente discussão e citação do embasamento teórico que deveria ser constante, visto que você estagia nesta área. É quebrado o silêncio entre os graduados e os graduandos, aquela linha invisível e completamente real existente na relação de poder dentro de um espaço de trabalho. Um bálsamo. Você recebe indicações de leitura por e-mail, um livro sobre o assunto para ler e instiga ao ponto de solicitarem que você traga as indicações de leitura que fará na faculdade neste semestre. Parece besteira? Mas, para alguém que estagia na área que se propõem a trabalhar deveria ser o foco principal, a discussão de sua prática e a busca por saber mais com os que tem tantas experiências com leitura e vivência exercendo esta profissão. Já ouvi que graduandos são "café-com-leite", que na verdade não possuiriam conteúdo e até mesmo interesse e capacidade para gerar uma mudança, um desenvolvimento e uma evolução. Para aquele que é responsável por sua formação, seu chefe, é uma frase que admite o fracasso da evolução, de tudo o que ele não considera bom. Não só a aceitação, mas a reprodução de suas queixas, das estagnações. As mudanças não devem ser apenas teorizadas, debatidas, mas realizadas, a "voz muda" das atitudes, os exemplos. Claro, não deve ser algo unilateral nas relações, é bastante óbvio, mas infelizmente não tão corriqueiramente praticado. Mesmo em relações pessoais, namoro ou mesmo familiares, se apenas um procura investir tempo e energia no que acredita que possam melhorar é, muitas vezes, como jogar ouro no esgoto. Considerações, discussões e atitudes.
"Pós-dia-de-cão", um dia de bonança.
Estou exatamente na metade deste dia, o que será que acontecerá depois?
"Pós-dia-de-cão", um dia de bonança.
Estou exatamente na metade deste dia, o que será que acontecerá depois?