14 de fev. de 2010

Um cotidiano Florbela

Fotografar é também modificar o olhar sobre o mesmo.
Modificando o olhar, o mesmo nunca mais volta a ter a mesma forma.
Nunca mais se tem mais do mesmo.

As fotografias a seguir foram inspiradas na poesia de Florbela Espanca: "Eu..."
Florbela ou Flor Bela de Alma foi uma escritora, poetisa portuguesa com uma vida peculiarmente ligada à atribulações, pode-se dizer que ela soube transformar as suas tormentas em pérolas da escrita.
Quem se interessar em ler, a contribuição sobre a vida dela feita na wikipédia é bem completa: http://pt.wikipedia.org/wiki/Florbela_Espanca

Bom, minha humilde homenagem à Florbela segue em poucas fotografias, colocarei apenas algumas, mas espero que apreciem :)

"Eu..."

I – “Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada … uma dolorida … “(…)

II – (…) “Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida! “(…)

II – (…) “Sou aquela que passa e ninguém vê …
Sou a que chamam triste sem o ser …
Sou a que chora sem saber porquê …
Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou! “