31 de jul. de 2009

Onde eu estive?

Onde eu estava, nesta época, à anos atrás?

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Agosto de 2008


Pontos de Partida


A questão é que um dia você vai perceber que o que faz na vida realmente importa.

E o ponto de onde parou também.

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Agosto de 2007

Hoje a noite, quando a aula acabou, saí do prédio das aulas e cheguei no ponto do circular da faculdade. Com a respiração alterada, perguntei para duas moças, que torci para que estivessem ali já a alguns minutos:
_ O circular 1 já passou?
_ Sim, acabou de passar!
Olhei para o outro lado da rua e vi o circular 2, atravessei a correndo, e ainda bem que as luzes verdes dos pedestres estavam do meu lado naquele momento.
Entrei no ônibus, eu e mais duas pessoas. Sentei num banco da parte da frente, nem tão para frente, nem tão atrás, mas num movimento aparentemente inconsciente sentei no banco mais alto, o que costumo fazer.
Me lembra a infância, de quando a linha da janela não atrapalhava minha visão. Hoje, ou me encolho e vejo abaixo da linha, ou estico uns milímetros o pescoço e vejo acima. Nenhuma das duas é satisfatória, mas é um lugar agradável. Por que seria agradável? Talvez uma pitadinha de masoquismo? Não, não, é pelo simples fato de que sentada neste banco, sinto o ar que entra da janela batendo no meu rosto, me trazendo notícias daquela nova noite.
O ônibus percorreu toda a raia da USP, e como estava linda assim, na noite...
Tinha um tom perolado, um preto profundo, que não deixava nenhuma luz entrar.
Apenas as luzes da Marginal Pinheiros podiam alcançar suas águas, mesmo assim apenas até o meio do rio.
As luzes eram alaranjadas, pairavam poeticamente acima das águas, brincando de formas com as formas do rio, brincavam de deformar com o vento que balançava as águas.
Lembro que quis muito ter uma câmera naquele momento, para registrar de alguma forma, não a forma, mas a visão, a poesia ali.
Por não ter a imagem, trago em palavras, nestes símbolos que muito traduzem e muito limitam, sentimentos de um momento da noite.
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