22 de ago. de 2010

Cores para um dia cinza

Meus dias andam cinzas, andam tristes. São tantos escritos perdidos, pensamentos em pedaços órfãos de papéis-rascunho que não vieram pra cá.

Tudo bem, tanto faz. Vou tentar colorir. Eu vou escrever sobre coisas que eu gosto, coisas que me fazem feliz (pelo menos algumas coisas que eu lembrar agora rss).


Eu gosto de bom humor. Ele me proporciona bons momentos e já colocou muitas pessoas queridas na minha vida. Humor, mas humor de qualidade, saudável, não o que fere o outro, mas o inocente, o verdadeiro, o intrínseco. Humor me lembra jogos de tabuleiro, RPG, videogame, bardos, piratas, elfos, hobbits, fantasia, bolinhas de gude, guerra de comida, corrida na chuva, dancinhas sem música. Permissão. Eu me permito tudo isso. Eu me permito porque sei que nada disso fará com que eu me perca de mim, pelo contrário. Eu me encontro no que é natural, no que simplesmente é.


Eu gosto de privacidade. Muito mesmo. Acompanhada da privacidade, o silêncio. Está tudo muito amarrado, será difícil listar. Porque o silêncio e a privacidade me trazem oportunidades. Oportunidade para criar, para ler, para simplesmente não fazer nada ou fazer tudo o que ninguém deveria ver. Quando estou no meu canto, o lado de lá da porta simplesmente não existe de verdade.



Eu gosto de leitura. As verdadeiras obras-primas transportam, transgridem, traduzem demais. São, para mim, Mundos Ocultos. Já cheguei a fazer um breve levantamento de tudo o que eu não poderia deixar de ler de jeito nenhum. Lembro-me que deu uma média de 60 anos só para estes básicos.

Eu amo música e imagem. Não posso viver sem elas. Acho que são a melhor forma de expressar qualquer coisa que possa se passar dentro de mim. Amo a essência da música irlandesa, o folk, a sensualidade da indie. Amo a música erudita, as sensações barrocas e clássicas que pulsam em mim quando ouço. Amo o metal em muitas das suas vertentes, porque fazem com que eu me sinta em casa. O “bom e velho” rock&roll, pois além de respeitar as raízes dessa maravilha musical, me dão vontade de ter uma Harley, de dançar com uma saia rodada e me ajudam a ligar o botãozinho do foda-se, quando necessário. E a música gótica, que me permite mergulhar em mim com a violência dos sentimentos mais profundos. Por último, com demasiado respeito à minha infância e adolescência, as grandes produções da Música Popular Brasileira dos anos 40 aos 80. Quanto à representação, a imagem, a fotografia, a gravura, o desenho, a pintura, é mais que retratar ou fazer releitura. É um instante de vida e de significado que é possível de se apreciar.


Eu gosto de paz. Ela é paciente e atemporal. Gosto do embalo, da ausência de cor, da textura aveludada, do sopro e do sussurro. Saudade de caminhar pelo templo Zulai, deitar na grama da cidade Universitária, fazer piquenique no Ibirapuera e alimentar (clandestinamente) os patinhos com miolo de pão. Quero mais céus iguais ao do planetário, noites mais estreladas. Saudade do som da minha flauta (Low Whistle) e do meu piano de infância. Saudade da paz que me traz o mar.


Eu gosto da natureza. Adoro corujas, ornitorrincos, vagalumes, árvores, nuvens, mar e montanhas. Prefiro os cachorros aos gatos. Dos cachorros, prefiro os vira-latas e os labradores.


Eu gosto de verdade. Mais do que pessoas que tentam agradar, a verdade me fascina porque é preciso coragem.


Eu gosto de educação. Uma das poucas coisas que me fazem ficar de queixo caído é educação. O cavalheirismo é algo que me chama muito a atenção. Não é que eu não possa fazer algo sozinha, mas o inesperado na demonstração de preocupação com o próximo é algo que eu aprecio muito. Triste ser raro.



Eu gosto de comer e beber. Gosto muito de cozinhar também. Simplesmente acho fantástico poder apreciar o sabor, a textura, tanto de bebidas quanto de comidas. Cozinhar me dá muito prazer, ainda mais quando estou em casa e posso ter o momento único de compartilhar o alimento com amigos. Adoro poder fazer minhas refeições com pessoas agradáveis! Gosto de experimentar cervejas e vinhos de lugares distintos. Se o saborear estiver acompanhado de boa música então... =)


Há tantas e diversas outras coisas, mas eu não vou me lembrar agora. Acho que vou deixar para outro dia que quiser ser cinza e triste, porque este não é mais. Boas lembranças guardam bons sentimentos.


Estrelas em vossas janelas.


Até sempre.

Nai tielyar nauvar laiquë arë laurië. Namárië...

***