30 de ago. de 2010

Sou de um tempo.
Sou das nostalgias, sou da liberdade, sou da libertina.
Sou da ética e da moral, sou a anti-dogma, sou do pudor.
Sou da energia, mordo sonhos e bebo inexistências.
No avesso das realidades sou contradição.
Sou relativista, sou mais pra esquerda, sou dos tempos frios.
Sou calafrio na pele, sou do suor nas mãos ao frio na barriga.
Sou de um beijo quente numa garoa gelada, sou das mãos dadas.
Sou do gargalo da garrafa nos assaltos à geladeira de madrugada.
Sou dos amores platônicos, sou dos sonhos.
Enterro meus pés na areia pra não me perder.

Nos fragmentos eu sou inteira.


Sou das ilusões.


Sou exigente e com neuroses, sou pra anos envelhecidos tomados num só gole.
Sou das críticas, sou do perdão quase ilimitado, sou filha da bondade e da benevolência.
Sou nada do que você imagina, sou aquilo que você espera.


Sou minha e de nenhum de vocês.
Eu, na verdade, nunca existi.
***