O outro me leva a olhar o eu. Quais são as limitações do meu eu para que eu te apresente? O que reconheço como sendo eu para que você conheça?
Apresentar-se é conhecer-se novamente, um reconhecer-se.
ReConhecer. Olhar no outro o que não quero ser, descobrir no outro um sonho realizado ou uma atitude que você gostaria de ter tomado.
Identificar-se é encontrar fragmentos do eu. Alguns chamam de amor a primeira vista, atração fatal, impulso consumista, sentir-se em casa, afinidade.
É possível que a identificação esteja além da construção e amplitude do próprio ser? Não concordaria com o sentimento de pertencer apenas, prefiro entender o identificar como reconhecer.
Assim, toda a vida seria um fragmento de um ponto inicial.
Mas, acreditar que partimos do mesmo não é dizer que permanecemos os mesmos.
Somos multiplicadores em nós mesmos.
Somos multiplicadores de nós mesmos.
Somos multiplicadores por nós mesmos.
A beleza da vida, para mim, está em sermos mutáveis, diversos e múltiplos. Tudo isso nos torna infinitos. Somos além do tempo, do corpo e do que sabemos.
Pronto, está aí a raiz do sentimento de sei-lá-o-que!
Se eu pudesse, quando alguém decide que quer me conhecer, pegaria na mãe e mostraria, faria sentir todos os sabores, texturas, lugares, músicas, manias e lembranças que sou eu, que fui eu, que estou sendo.
Muito prazer em conhecê-lo(a), seja sempre bem-vindo(a) sempre.