13 de set. de 2010

Universos Internos

O processo de conhecer pessoas é bastante questionador para mim. Ao mesmo que instiga, desponta um sentimento de sei-lá-o-que.
O outro me leva a olhar o eu. Quais são as limitações do meu eu para que eu te apresente? O que reconheço como sendo eu para que você conheça?
Apresentar-se é conhecer-se novamente, um reconhecer-se.

ReConhecer. Olhar no outro o que não quero ser, descobrir no outro um sonho realizado ou uma atitude que você gostaria de ter tomado.

Identificar-se é encontrar fragmentos do eu. Alguns chamam de amor a primeira vista, atração fatal, impulso consumista, sentir-se em casa, afinidade.

É possível que a identificação esteja além da construção e amplitude do próprio ser? Não concordaria com o sentimento de pertencer apenas, prefiro entender o identificar como reconhecer.

Assim, toda a vida seria um fragmento de um ponto inicial.

Mas, acreditar que partimos do mesmo não é dizer que permanecemos os mesmos.

Somos multiplicadores em nós mesmos.
Somos multiplicadores de nós mesmos.
Somos multiplicadores por nós mesmos.

A beleza da vida, para mim, está em sermos mutáveis, diversos e múltiplos. Tudo isso nos torna infinitos. Somos além do tempo, do corpo e do que sabemos.
Pronto, está aí a raiz do sentimento de sei-lá-o-que!
Se eu pudesse, quando alguém decide que quer me conhecer, pegaria na mãe e mostraria, faria sentir todos os sabores, texturas, lugares, músicas, manias e lembranças que sou eu, que fui eu, que estou sendo.

Muito prazer em conhecê-lo(a), seja sempre bem-vindo(a) sempre.